Everaldo Rocha em sua primeira fala de seu livro " O que é mito" diz que o mito é uma narrativa, um discurso, mas não é qualquer narrativa, tem que haver algo específico nela, pois pelo contrário, se enquadraria bem no ditado popular: "Entra por um ouvido e sai pelo outro". Rocha, também atenta para dificuldade em definir a palavra mito. Só no dicionário temos várias, definições, mas vamos para a definição que melhor se encaixa no que eu tenho a lhes dizer. No dicionário está o seguinte "Fato, passagem dos tempos fabulosos;tradição,que sobre forma de alegoria, entrever um fato natural,histórico ou filosófico;" vamos parar por ae. Dada as definições dicionárias só completaria com mais uma frase de Rocha que assim dizia: "O mito não é verdadeiro no seu conteúdo manifesto,literal,expresso,dado. No entanto, possui um valor e, mais que isto, uma eficácia na vida social". Partindo desse ponto espero que já de uma clareada sobre o que mais ou menos eu daqui pra frente vou desenvolver.
Tudo começa no que eu vou apelidar carinhosamente de "A contra-reforma dos transportes coletivos", em uma branda alusão a reforma e a contra-reforma religiosa acontecida na Europa feudal. Com o avanço do trasnporte alternativos, e principalmente com ônibus grandes e sucateados os donos de Empresas tiveram uma grande sacada, O microônibus. Mas como sempre, para o povo engolir esta mais nova "tecnologia", vieram com ela as "vantagens" que este novo meio de transporte trazia. Assim os primeiros vieram com ar condicionado, cheirando a novo e com bancos confortáveis. E se dizia, O micro é uma benção, eles são mais rápidos, ocupam menos espaços nas vias e uns ainda tem refrigeração interna. Mas um garoto que sempre usava desse tipo de transporte para ir para casa se perguntava , vendo uma placa que ficava na lateral interna dele logo atraz do acento do motorista, ela informava: Lotação máxima: 15 passageiros, ele fez questão de contar os acentos, e la tinham 15 acentos. E os que estavam em pé? E porque nem sempre dentro do fresquinho estava fresquinho? Certa vez o menino quase morreu de calor, porque o ar não estava funcionando e as janelas eram trancadas. Também percebeu que os idosos sempre ficavam esperando no ponto com os estudantes da rede pública. Por que logo os idosos, são os que mais tem que esperar o ônibus grande? Este que era cada vez mais sucateado, e cada vez mais raro de se vê. E assim o mito, a narrativa, o discurso das vantagens do microônibus foi caindo de vez, se tornando o que é hoje.
Hoje os ônibus que tem gratuidade são cada vez mais raros. A os micro cresceram e hoje vemos ônibus grandes "pilotados" por uma pessoa que faz duas funções e as vezes ganha menos do que uma, pois muito desses motoristas, são considerados motoristas JR da empresa. Não é vantagem alguma termos um motorista que da partida no ônibus e o conduz pela via dando troco para passageiros, a velha história do cara que tentou assobiar e chupar cana e acabou ficando todo melado(Só lembrando que poucos são os motoristas de van que não usam cobradores). Apesar de tudo isso o passageiro continua pagando o mesmo preço da passagem, e é forçado a ficar apertado em pé no microônibus, ao invés de ficar sentado no ônibus(pois é claro que com 30 pessoas o primeiro esta lotado enquanto o segundo ainda sobra acentos vagos). Todas as roletas são cercadas de grades onde bolsas e mochilas sempre ficam emperradas e o motorista é sempre vigiado por uma camera, ainda tem que pula-las toda vez que entra ou sai do veículo.
Se o menino e os demais usuários soubessem disso, com certeza nunca concordariam com a vinda do microônibus e muito menos acharia esta uma melhoria para sua cidade. Mas a ideologia empregada nela, com todos seus confortos e falsas vantagens cegaram a população, como quase sempre acontece. E sabe o que é o pior? Quando um mito se enraíza, ele chega ao ponto de virar verdade.
Um abraço a todos!
Tudo começa no que eu vou apelidar carinhosamente de "A contra-reforma dos transportes coletivos", em uma branda alusão a reforma e a contra-reforma religiosa acontecida na Europa feudal. Com o avanço do trasnporte alternativos, e principalmente com ônibus grandes e sucateados os donos de Empresas tiveram uma grande sacada, O microônibus. Mas como sempre, para o povo engolir esta mais nova "tecnologia", vieram com ela as "vantagens" que este novo meio de transporte trazia. Assim os primeiros vieram com ar condicionado, cheirando a novo e com bancos confortáveis. E se dizia, O micro é uma benção, eles são mais rápidos, ocupam menos espaços nas vias e uns ainda tem refrigeração interna. Mas um garoto que sempre usava desse tipo de transporte para ir para casa se perguntava , vendo uma placa que ficava na lateral interna dele logo atraz do acento do motorista, ela informava: Lotação máxima: 15 passageiros, ele fez questão de contar os acentos, e la tinham 15 acentos. E os que estavam em pé? E porque nem sempre dentro do fresquinho estava fresquinho? Certa vez o menino quase morreu de calor, porque o ar não estava funcionando e as janelas eram trancadas. Também percebeu que os idosos sempre ficavam esperando no ponto com os estudantes da rede pública. Por que logo os idosos, são os que mais tem que esperar o ônibus grande? Este que era cada vez mais sucateado, e cada vez mais raro de se vê. E assim o mito, a narrativa, o discurso das vantagens do microônibus foi caindo de vez, se tornando o que é hoje.
Hoje os ônibus que tem gratuidade são cada vez mais raros. A os micro cresceram e hoje vemos ônibus grandes "pilotados" por uma pessoa que faz duas funções e as vezes ganha menos do que uma, pois muito desses motoristas, são considerados motoristas JR da empresa. Não é vantagem alguma termos um motorista que da partida no ônibus e o conduz pela via dando troco para passageiros, a velha história do cara que tentou assobiar e chupar cana e acabou ficando todo melado(Só lembrando que poucos são os motoristas de van que não usam cobradores). Apesar de tudo isso o passageiro continua pagando o mesmo preço da passagem, e é forçado a ficar apertado em pé no microônibus, ao invés de ficar sentado no ônibus(pois é claro que com 30 pessoas o primeiro esta lotado enquanto o segundo ainda sobra acentos vagos). Todas as roletas são cercadas de grades onde bolsas e mochilas sempre ficam emperradas e o motorista é sempre vigiado por uma camera, ainda tem que pula-las toda vez que entra ou sai do veículo.
Se o menino e os demais usuários soubessem disso, com certeza nunca concordariam com a vinda do microônibus e muito menos acharia esta uma melhoria para sua cidade. Mas a ideologia empregada nela, com todos seus confortos e falsas vantagens cegaram a população, como quase sempre acontece. E sabe o que é o pior? Quando um mito se enraíza, ele chega ao ponto de virar verdade.
Um abraço a todos!
3 comentários:
O Fefe gosta de falar dos transportes... mas enfim
Não teria forma melhor para os empresários multiplicarem seus ganhos que o tal micro. Os caras eliminam os trocadores e acabam de vez com o "fardo" que são idosos e estudantes.
E o Fefe volta a falar do transporte alternativo, ressaltando muito bem que mesmo com várias irregularidades, na maioria das vezes mantém um cobrador.
Se formos ainda um pouco mais além, constatamos que: para suprir todos os passageiros, os micros devem rodar em nº maior, ou seja, são mais veículos nas ruas, mais engarrafamentos, mais combustível, mais poluição, e por aí vai...
O microônibus é um atraso e deveria ser proibido de andar nas ruas!
Fico por aqui, abraços e até a próxima!
Isso mesmo Ju!
não dá pra competir em escrupulosidade com as empresas de onibus
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